Terapia Ocupacional / Integração Sensorial
O que é a Terapia Ocupacional?
O terapeuta ocupacional habilita para a ocupação de forma a promover a saúde e o bem-estar. Com este objetivo atua, em parceria com pessoas e organizações, para otimizar a atividade e participação, tal como definido pela World Health Organisation’s International Classification of Functioning and Disability (2002).
Promove a capacidade de indivíduos, grupos, organizações e da própria comunidade, de escolher, organizar e desempenhar, de forma satisfatória, ocupações que estes considerem significativas.
Entende-se por ocupação tudo aquilo que a pessoa realiza com o intuito de cuidar de si própria (autocuidados), desfrutar da vida (lazer) ou contribuir para o desenvolvimento da sua comunidade (produtividade). Estas ocupações podem ser tão elementares como alimentar-se ou vestir-se ou tão elaboradas como conduzir um carro ou desempenhar uma atividade laboral.
Para tal, estuda os fatores que influenciam a ocupação humana, intervindo com pessoas de todas as idades nas situações que comprometam ou coloquem em risco um desempenho ocupacional satisfatório e consequentemente, restrinjam a sua atividade e participação.
Na sua abordagem, avalia e intervém ao nível da pessoa, da ocupação e do ambiente. Intervém para desenvolver competências, restaurar funções perdidas, prevenir disfunções e/ou compensar funções, através do uso de técnicas e procedimentos específicos e/ou da utilização de ajudas técnicas ou tecnologias de apoio. (in, Associação Portuguesa de Terapeutas Ocupacionais).
Áreas de Intervenção:
O terapeuta ocupacional pediátrico intervém quando a criança não consegue fazer ocupações (tarefas) de acordo com:
- O que é esperado para a sua idade;
- O que esta gosta e deseja;
- O que a família e educadores/professores consideram importante.
O terapeuta ocupacional intervém ainda quando há risco de não vir a conseguir fazer.
Desta forma o terapeuta ocupacional pediátrico intervém com bebés, crianças e jovens de forma a promover o seu desenvolvimento global (sensorial, motor, cognitivo, comunicacional e comportamental) e o seu envolvimento em tarefas do dia-a-dia, no brincar e nas atividades escolares. O terapeuta ocupacional é ainda um participante ativo nos projetos de transição para a vida ativa de jovens adultos.
A Integração Sensorial é uma área de abordagem da Terapia Ocupacional que visa a regulação sensorial (tátil, vestibular, proprioceptiva, visual, auditiva, olfativa e gustativa) enquanto meio para um dia-a-dia mais eficiente em casa e na escola. Desordens no Processamento Sensorial podem-se traduzir em híper ou hipossensibilidade aos estímulos, dificuldade na sua discriminação/percepção ou desordens motoras.
São sinais de alerta a considerar para um despiste em Integração Sensorial quando observamos que a criança:
- Apresenta um desfasamento entre o seu desenvolvimento e o esperado para a idade;
- Tem músculos molinhos e as articulações muito soltas ou, pelo contrário, é muito tensa;
- Corre, salta, trepa e nunca se cansa, ou, pelo contrário, evita tirar os pés do chão;
- Vai contra os móveis e as portas e não se magoa, cai frequentemente, ou, pelo contrário, é excessivamente cuidadosa;
- Não gosta de certas texturas (digitintas, areias, chuveiro …) e limpa-se sempre que está suja ou, pelo contrário, toca em tudo e anda sempre sujo;
- É seletiva com a roupa que veste, rejeitando etiquetas, certos materiais, sapatos rijos, meias com costuras ou, por outro lado, privilegiando andar descalço e sempre em contacto com várias texturas;
- Não para quieta na cadeira e está sempre à procura de um motivo se levantar;
- Procura sempre um ponto de apoio quando está de pé ou quando se senta ou na mesa necessita de estar sempre a segurar a cabeça com a mão;
- Parece que está atenta mas perde informação;
- Prefere observar e não brinca com os outros ou brinca de forma desajustada para a idade;
- Brinca preferencialmente com crianças mais novas ou mais velhas, não brincando com crianças da mesma idade;
- É muito trapalhona e desajeitada ou, pelo contrário, é muito tensa e rígida;
- Parece não ouvir, confunde letras ou tem dificuldade em copiar informação do quadro;
- Não consegue cumprir recados, parece esquecer-se ou não saber o que fazer;
- É muito selectiva na alimentação, rejeitando determinadas texturas ou sabores;
- Faz birras frequentemente sem um motivo aparente;
- Tem um desenho pobre e/ou uma letra irregular e ilegível referindo muito cansaço na sua concretização;
- Não cumpre os objetivos pedagógicos embora pareça inteligente.