“Pronto! Ao menos sabemos que tem nome o modo de ser do meu filho…” Os pais manifestam um certo “alívio” pelo facto de identificar/nomear alguns comportamentos e atitudes frequentes, tais como: enfrentamentos corriqueiros; a extrapolação dos limites; a recusa constante em cumprir as regras estipuladas pelos adultos; a transferência de responsabilidades para o outro quando algo sai mal ou quando reage a alguma situação inesperada.

Com as alterações no modo de “ser criança” na contemporaneidade, somado às informações sobre o desenvolvimento infantil e às legislações que surgem a favor dos direitos das crianças, muitos pais ficam inseguros no modo como reagem às repetidas teimosias, birras, e enfrentamentos dos filhos pequenotes.

Como saber se a criança está a ter uma postura inadequada à luz do que se espera socialmente hoje em dia? Como relevar certos comportamentos, aceitando as “justificativas”, até certo ponto plausíveis, do filho? Aconselhamos a procura de um psicólogo ou psicopedagogo para que, por meio de anamnese, entrevistas e testes, se consiga fazer um diagnóstico encontrando ou refutando a hipótese de que a criança tem um Transtorno Desafiador Opositivo.

Algumas características que “acendem a luzinha do alerta” de que algo não está a correr muito bem com a criança, são atitudes e comportamentos “reprovados” quer pelos pais, professores ou avós! Identificamos alguns: a desobediência banalizada, quase como uma regra; a ausência da capacidade de auto controlo no campo das emoções e do temperamento frente a situações indesejadas; a constante teimosia e a progressiva resistência para se cumprir as ordens determinadas pelos mais velhos ou mesmo pelos seus pares; a todo instante dar a entender que está a testar os limites dos pais; trapacear ou fazer “batota” nos jogos e nas brincadeiras, recusando aceitar que o parceiro seja o vencedor ou se saia melhor que ele.

É importante lembrar que quando algo nos incomoda no comportamento de uma criança, devemos evitar reagir simplesmente, mas ficarmos atentos ao que aquele comportamento nos diz sobre o seu conteúdo emocional.

 

Artigo escrito por: Kátia Souza (Psicopedagoga) e Rosalina Carvalho (Psicóloga).